Que pode uma criatura senão, senão entre criaturas, amar ? amar e esquecer, amar e malamar, amar , desamar, amar ? sempre, e até de olhos vidrados, amar ?Que pode, pergunto, o ser amoroso sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar ? amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. | Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. Carlos Drummond de Andrade |
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Amar..
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Querida, nada melhor que essa fase Camões Lírica para esquentar o coração neste outono/inverno!
ResponderExcluirE viva o Amor!!!
Beijos querida, carinho nos peludinhos do lar, Toca dos Gatos.
É lindo amor,eu te amo cada dia mais,ja nao sei mais viver sem voce,voce e a mulher da minha vida,e so voce me faz feliz.
ResponderExcluirnao me vejo sem voce.
voce é o ar que eu respiro
Te amo hoje,amanha e sempre.